RIO _ O pânico voltou a tomar conta dos moradores da favela Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, na zona sul do Rio, ontem, após operação policial que deixou quatro mortos.
Ao tentar confirmar uma denúncia obtida pelo serviço de inteligência da Polícia Militar, policiais disserem ter sido recebidos a tiros e revidaram. O tiroteio durou cerca de 20 minutos, segundo moradores, e deixou quatro supostos criminosos mortos.
A PM ocupa a favela desde domingo retrasado, quando traficantes da Rocinha, também na zona sul, tentaram dominar pontos-de-venda de drogas comandados por rivais na favela vizinha. Desde então, pelo menos oito pessoas já haviam sido mortas na região, em ações na Ladeira e na Rocinha.
Ontem, segundo a PM, 18 policiais foram enviados à Ladeira dos Tabajaras para confirmar a informação de que bandidos estavam acampados em um matagal. Eles seriam integrantes da quadrilha de Francisco Dias da Silva, o Mexicano, 27, acusado de liderar o tráfico no morro Dona Marta, em Botafogo (zona sul), de onde teria fugido desde que a polícia ocupou o morro, no ano passado.
Quando os PMs chegaram ao local, conhecido como Coroa e situado no alto da Ladeira dos Tabajaras, os bandidos reagiram e iniciaram o tiroteio, segundo a polícia. Um grupo de criminosos fugiu, mas ao menos seis foram baleados. Quatro deles, presos na hora, morreram a caminho do hospital Miguel Couto.
Segundo a polícia, eles estavam sem documentos. Outros dois homens foram baleados e presos com vida.
Muros
Ao custo de R$ 40 milhões, o governo estadual do Rio pretende construir muros no entorno de 11 favelas para conter a expansão das moradias irregulares em área de vegetação. O projeto, inicialmente, será implantado apenas na zona sul, área nobre da cidade. A iniciativa recebeu críticas do escritor português José Saramago. Ele comparou a construção aos muros de Berlim e da Palestina.
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