sábado, 4 de abril de 2009

Obras do Metrô vão derrubar imóveis

O governo de São Paulo vai desapropriar 136 imóveis em Moema e na Vila Mariana, bairros nobres da capital paulista em que predominam áreas residenciais, para a construção do prolongamento da linha 5-lilás do Metrô. As obras devem ser iniciadas no segundo semestre.

Ontem, o "Diário Oficial" do Estado trouxe decreto do governador José Serra (PSDB) que torna de utilidade pública as 29 áreas, com um total de cerca de 70 mil metros quadrados -equivalente a cerca de metade do parque Ibirapuera. O decreto inclui 136 imóveis, necessários para a implantação de quatro estações -Ibirapuera, Moema, Servidor e Vila Clementino- e a ampliação para integração em outras duas -Santa Cruz e Chácara Klabin.

Os processos de desapropriação estão sendo finalizados e devem ser encaminhados à Justiça na próxima semana. Pelas previsões da companhia, essas áreas começarão a ser desocupadas a partir do segundo semestre deste ano. Um mapa detalhando os limites da área será colocado no site da empresa na próxima semana.

Em Santo Amaro, os terrenos estão localizados em áreas contíguas ao eixo entre a alameda Iraúna e a rua Dionísio da Costa, por onde passará a nova linha. Fazem parte das áreas desapropriadas terrenos ao longo de vias como Ibirapuera, Indianópolis, Borges Lagoa, Cotovia, dos Eucaliptos e Jamaris, em Moema. Do outro lado da avenida 23 de Maio, na Vila Mariana, estão relacionados imóveis em ruas como Desembargador Aragão, Carolina Ribeiro e avenida Prefeito Fábio Prado.

Hoje, a linha lilás tem cerca de 8,4 km ligando o Capão Redondo e o Largo 13 de Maio, em Santo Amaro (zona sul). O projeto do governo é que, com a ampliação, a linha chegue a 20 km, se conectando com a linha 2-verde na estação Chácara Klabin, com um movimento diário de 600 mil passageiros.

A obra será realizada em duas etapas, ao custo total de R$ 5 bilhões, incluindo túneis, estações, trens, e equipamentos e outras estruturas.

A publicação do decreto com a lista de desapropriações surpreendeu a presidente da Associação de Moradores e Amigos de Moema, Lygia Horta. "Nunca fomos consultados. Acho que nem os moradores estão sabendo", disse.

Por um levantamento prévio do Metrô, excluídos os de ontem, 38% de todos os imóveis até então desapropriados para a linha lilás têm uso residencial.

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