As 29 pontes que compõem a paisagem das marginais Tietê e Pinheiros carecem de manutenção básica, como limpeza, pintura e vistoria periódica para a detecção de problemas. A afirmação é do engenheiro civil e professor de construção civil e urbanismo da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Luiz Sérgio Mendonça Coelho.
O Vigilante Agora foi com o engenheiro a todas as pontes no último dia 2. De zero a dez, Mendonça deu nota quatro a elas (veja ao lado). "No geral, são carentes de manutenção.
Segundo Mendonça, a falta de manutenção, a longo prazo, pode fazer com que as pontes sofram um colapso e, na pior das hipóteses, caiam. Mas ele não aponta nenhuma com risco iminente de queda.
O estado de conservação, ainda segundo Mendonça, se deve ao fato de a maioria das pontes ter, em média, 4,5 metros de altura. Com isso, muitos caminhões mais altos batem e danificam a estrutura.
Outro fator é o peso dos carros. "As pontes foram feitas há muito tempo, e os veículos usados para o cálculo não são os mesmos de hoje. Há caminhões muito pesados", diz.
Das pontes avaliadas, três se destacam pela deterioração e pela falta de manutenção: a Eusébio Matoso, a do Socorro e a das Bandeiras, todas com altura entre 4,5 e cinco metros.
A Eusébio Matoso, na zona oeste, além dos problemas de estrutura, tem mato crescendo nas laterais. E na das Bandeiras, que liga o centro à zona norte, o concreto está desgastado, além de faltar iluminação e barras de proteção --que colocam em risco o pedestre. Já a do Socorro, na zona sul, é baixa e tem infiltrações.
Pontes como a Milton Tavares de Souza, na zona leste, também pedem cuidados. O fato de pessoas viverem em uma favela embaixo dela, usando fogo e corrosivos, contribui para a deterioração.
Segundo o engenheiro de estruturas Julio Timerman, adiar a manutenção tem custo elevado. "Engenharia é igual a medicina: é preciso prevenção. O preço dos reparos dobra se deixamos para depois."
Talis Mauricio
do Agora
.png)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe um comentário com o seu nome e contato.