quinta-feira, 30 de abril de 2009

Manifestantes protestam na sede do CCZ

Grupos querem liberação de adoção de animais de grande porte e demissão do diretor da entidade

Cerca de 30 entidades protetoras do animais realizaram ontem uma manifestação em frente ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), da Prefeitura, na zona norte, que abriga 350 animais (cães e gatos). Os 500 manifestantes protestavam contra medidas tomadas pela direção do CCZ, como a proibição de adotar animais de grande porte e a saída de animais para eventos de doação. Uma comissão foi recebida pelo centro, mas nada foi resolvido. No próximo dia 8, os manifestantes e diretores do CCZ participarão de uma nova reunião para tentar se chegar a um consenso.

A briga começou, segundo as entidades, em novembro de 2008. “Depois da aprovação da lei estadual que proíbe a eutanásia, o CCZ virou uma prisão perpétua. Procuramos o órgão para evitar que eles (animais) fiquem lá, minimizar o sofrimento deles e elevar o número de adoções. Mas, em novembro, o diretor Marco Antonio Vigilato proibiu que os projetos fossem realizados”, disse a ativista da ONG Projeto Esperança Animal (PEA), Lilian Rockenbach.

Os manifestantes pedem, entre outras coisas, a saída do diretor do CCZ; a permissão para que simpatizantes paguem o banho dos bichos e o aumento do número de castrações realizadas no órgão. Eles dizem ainda que dos 476 animais que chegaram ao CCZ, 406 foram mortos.

“Na verdade falta vontade do poder público porque já pedimos várias vezes que essas ações sejam implantadas no CCZ. O Vigilato diz que vai fazer, mas não dá uma data”, afirmou o deputado Feliciano Filho (PV), que participou da manifestação. “As entidades estão dispostas a ajudar, mas eles (CCZ) não querem.”

O protesto bloqueou por duas horas a Rua Santa Eulália, onde fica o CCZ. Os manifestantes empunhavam faixas. Alguns usavam máscaras de animais. Outros acenderam velas. Depois de uma hora e meia de manifestação, dois parlamentares e sete integrantes de ONGs foram recebidos. Na saída da reunião, as pessoas recebidas se mostraram decepcionadas. “Dar uma data para implantar as ações ninguém dá”, disse o vereador Roberto Tripoli (PV).

Outro lado

O Jornal da Tarde não conseguiu falar com o diretor do CCZ. A coordenadora programa de Proteção e Bem-Estar de Cães e Gatos de São Paulo, Rita de Cássia, disse que comissão não deixou o diretor da unidade falar. Afirmou que boa parte das propostas apresentadas foram aceitas e serão estudadas, mas ainda não há datas para entrarem em vigor. Entre elas, abertura de mais pontos de feira de adoções, com a participação das ONGs e a realização de um cadastro para pessoas que queiram castrar mais de cinco animais.

Em relação à eutanásia dos cães, Rita disse que só são mortos os que não têm chance de sobrevivência. Em março, 263 cães, vítimas de atropelamento, entre outros, foram sacrificados.

Sobre as ações com datas previstas está a ampliação da largura da jaula dos animais de grande porte de 80 cm para 1,60 m, o que deve ficar pronto em 15 dias e a licitação para contratação de uma obra para construção de um centro de adoções no CCZ, o que deve ocorrer até o fim do ano.

Reportagem de : Marcela Spinosa, marcela.spinosa@grupoestado.com.br

Para o Jornal da Tarde.

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