quarta-feira, 24 de junho de 2009

O massacre de Pando e a esquerda boliviana

Antes dos atos de agressão perpetrados no estado de Pando, houve ondas anteriores de violência, todas elas originadas pelo mesmo motivo: a intenção do governo de Evo Morales de impor - de que modo fosse - um modelo centralista, frente à determinação das regiões de conquistar suas autonomias. Embora o oficialismo pretenda identificar a palavra "autonomia" com "separatismo", a descentralização foi uma lógica aspiração histórica das regiões.

A partir do 11 de setembro de 2008, se suscitou nas localidades de Cobija e El Porvenir, localizadas no estado de Pando, Bolívia, uma série de episódios armados que culminaram com o saldo fúnebre de numerosos mortos e feridos. O governo boliviano culpou os administradores de oposição de violência, particularmente o governador de Pando, Leopoldo Fernández, que até esta data permanece no cárcere. Posteriormente, a União de Nações Sul-Americanas, UNASUL, designou uma Comissão para o Esclarecimento dos Fatos de Pando presidida pelo subsecretário de Direitos Humanos da Argentina, Rodolfo Mattarollo, a qual produziu um informe que avalizou totalmente as atuações do governo boliviano e responsabilizou o governador Fernández pela violência.

O informe gerou abundantes críticas na Bolívia, em boa medida pela trajetória de Mattarollo, que foi fundador do Exército Revolucionário do Povo (ERP) e que, no passado, esteve envolvido em não poucos atos terroristas. Além disso, o informe apresentava bastantes imprecisões, omissões, inconsistências e falsidades.

Dadas as discrepâncias e suspeitas sobre o ocorrido, a União de Organizações Democráticas da América (UnoAmérica), decidiu elaborar um informe independente sobre os fatos de Pando, enviando para tal fim representantes de organizações não-governamentais (ONGs) de direitos humanos, provenientes da Argentina, Colômbia, Uruguai e Venezuela. Os delegados internacionais chegaram à Santa Cruz de la Sierra em 25 de março de 2009. Levaram cinco dias para levantar um informe de campo, com dados recolhidos em Santa Cruz, La Paz e no próprio estado de Pando. Tomaram-se declarações de testemunhas presenciais dos fatos, as quais relataram com riqueza de detalhes o sucedido, responsabilizando personagens do governo e membros do partido oficialista, Movimento al Socialismo (MAS), de haver provocado os enfrentamentos e de ter violado flagrantemente seus direitos humanos.

Chama a atenção que, durante sua estada na Bolívia, os delegados internacionais de UnoAmérica foram seguidos e fustigados por quem se presume eram funcionários de inteligência, fato que os obrigou a tomar medidas de segurança, entre elas - no caso dos que se encontravam em Pando -, se deslocar a território brasileiro para pernoitar.

Em 30 de maio os ativistas de direitos humanos ofereceram uma conferência de imprensa em Santa Cruz, informando sobre os resultados preliminares de sua investigação. As provas arrecadadas eram incontestáveis: o governo de Evo Morales havia planejado e executado os atos de violência. Em conseqüência, UnoAmérica anunciou que apresentará seu informe final ante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (Washington) e acusará o governo de Evo Morales por delitos de lesa-humanidade.

Vale a pena destacar que, a partir desse momento e até esta data, UnoAmérica tem sido objeto de uma feroz campanha de desprestígio, baseada em calúnias e mentiras, orquestrada por meios de comunicação vinculados ideologicamente ao governo boliviano e, inclusive, ao próprio Rodolfo Mattarollo. A campanha inclui a criminalização dos que elaboraram o Informe Pando, vinculando-os - sem apresentar prova alguma - a bizarras conspirações e supostos golpes de Estado. Cremos que tais acusações não fazem senão comprovar a culpabilidade dos que aparecem assinalados no informe de UnoAmérica como os verdadeiros responsáveis - ou encobridores - do massacre de Pando.

Os atos de agressão ocorridos no estado de Pando em setembro de 2008 não começaram nesse mês, senão muito antes. Em que pese Evo Morales ter ganhado as eleições presidenciais de dezembro de 2005 com 54% dos votos, os resultados refletiram um país seriamente dividido. O partido oficialista (MAS) perdeu as eleições em seis de nove estados, onde resultaram eleitos governadores da oposição. Quanto ao Congresso, o MAS obteve maioria simples na Câmara dos Deputados, porém ficou em situação minoritária no Senado. "Chegamos ao governo, porém ainda não temos o poder", disse o presidente Morales em um dos seus discursos, indicando assim que pretendia modificar as regras do jogo democrático para promover um projeto diferente. Porém, a que custo Evo Morales estava disposto a fazê-lo?

Um empate catastrófico

O vice-presidente da Bolívia, Alvaro García Linera, respondeu claramente a esta pergunta em um revelador discurso que fez na Escola de Pensamento Comuna em 17 de dezembro de 2007, intitulado "Empate catastrófico e ponto de bifurcação". Em seu discurso, estabeleceu que a Bolívia estava dividida entre duas visões distintas de país: uma de corte neoliberal e outra revolucionária. Tratava-se, segundo ele, de um "empate catastrófico" porque cada visão é respaldada por uma considerável porção da população, com poder próprio e mecanismos de pressão. Cedo ou tarde, assegurou García Linera, se produzirá uma confrontação entre ambas as visões, porém só uma delas vencerá: "Um ponto de bifurcação, inevitavelmente, é um momento de força. É um momento em que a política, na verdade, surge na continuação da guerra por outros meios. No caso da Bolívia, parece que estamos nos aproximando do ponto de bifurcação. É questão, talvez, de meses ou dias. É meramente intuição reflexiva, porém não se pode atrasar muito mais".

Note-se que García Linera não contempla o diálogo e a convivência entre essas duas visões, como deveria ocorrer em um sistema democrático, mas estabelece uma confrontação na qual, inexoravelmente, deve haver um ganhador e um perdedor. Estabelece a imposição de uma visão sobre a outra e, se for necessário, por meio de atos de violência. Esta não é a visão pessoal do vice-presidente, senão uma política de Estado, compartilhada por todos os integrantes do Alto Governo, os quais se referem constantemente a seus adversários políticos como "inimigos", aos quais tem que vencer e dobrar.

Analisando-os retrospectivamente, os atos de violência ocorridos em Pando constituem a confirmação prática dos estabelecimentos teóricos de García Linera. Poder-se-ia, inclusive, afirmar que o governo buscava e até desejava uma confrontação, para conseguir o tão ansiado "ponto de bifurcação" que permitiria deixar para trás o "empate catastrófico".

Pando não foi o único "ponto de bifurcação", porém sim, provavelmente o mais importante, porque serviu para impor a supremacia da visão oficialista acima da visão dos demais setores. Antes de Pando, houve uma série de confrontações similares.

Os prolegômenos de Pando

Antes dos atos de agressão perpetrados no estado de Pando, houve ondas anteriores de violência, todas elas originadas pelo mesmo motivo: a intenção do governo de Evo Morales de impor - de que modo fosse - um modelo centralista, frente à determinação das regiões de conquistar suas autonomias. Embora o oficialismo pretenda identificar a palavra "autonomia" com "separatismo", a descentralização foi uma lógica aspiração histórica das regiões.

Desde o princípio de seu governo, Evo Morales estabeleceu que uma nova Constituição seria o instrumento para desenvolver seu modelo socialista-centralista e assim derrotar as pretensões autonômicas. Entretanto, embora o MAS contasse com a maioria na Assembléia Constituinte, não alcançava a maioria qualificada (dois terços dos votos) para impor sua visão. Por isso, durante dezoito longos meses o esforço do MAS não esteve orientado para redigir a nova Carta Magna, senão para modificar o esquema de aprovação.

Os atritos entre o oficialismo e o governador de Cochabamba, Manfred Reyes Villa, começaram quando este se pronunciou em favor da autonomia e se somou ao clamor de cinco governadores de defender o esquema dos dois terços. Como conseqüência, as organizações camponesas e operárias controladas pelo MAS exigiram a renúncia de Reyes, e iniciaram mobilizações para conseguir seu intento.

Em janeiro de 2007 as massas cocaleiras camponesas se propuseram tomar por assalto e queimar as repartições do Governo. Os cidadãos de Cochabamba reagiram em defesa de suas instituições e, como resultado do choque provocado pelo MAS, morreram três pessoas. Entre os que dirigiram o assalto, encontra-se a atual ministra da Justiça, Celima Torrico.

Outra onda de violência se registrou frente à sede do Congresso, posto que o MAS propiciou uma série de "cercos" para obrigar os parlamentares - sob pena de ser linchados - a aprovar leis que interessavam ao governo central. Cercos similares ocorreram no ano de 2007 na cidade de Sucre, local oficial em que ocorriam as sessões da Assembléia Constituinte, para forçar a aprovação da Constituição nos termos que o MAS exigia.

Porém, o episódio mais violento ocorreu em finais de novembro de 2007, quando o MAS, cansado de não conseguir seu objetivo de modificar o esquema dos dois terços, decidiu repentinamente transferir as sessões da Assembléia Constituinte a um recinto militar e aprovar unilateralmente a nova Carta Magna, sem a participação dos 110 constituintes opositores. Consciente de que tal decisão geraria reações de protesto, o MAS organizou previamente um cerco à cidade de Sucre. Todavia, isso não impediu que uma rebelião se desatasse frente às imposições ilegais do oficialismo. A feroz repressão contra a população, encabeçada pessoalmente pelo ministro do Governo, Alfredo Rada, produziu como conseqüência três mortos e mais de 300 feridos.

Por sua parte, Evo Morales manifestou sua satisfação pela "aprovação" da nova Carta Magna: "Quero agradecer, felicitar esses movimentos sociais que historicamente lutaram pela igualdade e pela justiça e agora por garantir uma nova Constituição Política do Estado, que com segurança será referendada mediante um referendo pelo povo boliviano", declarou publicamente. Até esta data, não há nenhum detido nem se esclareceram as mortes ocorridas no dia em que a Constituição se tingiu de sangue.

Um claro objetivo

O jornalista Carlos Valverde, no programa "Sin Letra Chica", que vai ao ar na televisão PAT, revelou um documento intitulado "Plano Marcha para o Oriente", datado de janeiro de 2008 e elaborado por um setor das Forças Armadas. O plano consiste em treinar grupos irregulares, com a participação de "rapazes caribenhos" (cubanos ou venezuelanos), com o objetivo de intervir no estado de Pando. Embora porta-vozes do Exército tenham desconhecido a autoria do documento, os acontecimentos ocorridos em Pando, em setembro de 2008, guardam exata similitude com o tal plano.

Em princípios de setembro de 2008, o MAS convocou e recrutou ao redor de mil camponeses em diversos municípios pandinos, entre eles, Riberalta, Puerto Rico e Filadelfia, para incursionar em Cobija (capital do estado), sob o pretexto de dissolver os protestos dos que se manifestavam a favor da autonomia e de exigir a renúncia do governador Leopoldo Fernández.

A marcha para Cobija se iniciou em 10 de setembro no fim da tarde, para a qual os dirigentes locais do MAS haviam adquirido previamente armas, munições, explosivos e gases lacrimogêneos. Porém, para chegar à capital, era obrigatório passar pelo município de El Porvenir. Avisado da marcha, o governador Leopoldo Fernández ordenou a construção de duas valetas em El Porvenir, para que impedissem a passagem dos camponeses e assim evitar uma confrontação. Além disso, existem provas das conversações mantidas entre Fernández e os chefes locais do Exército, Força Aérea, Armada e Polícia, pedindo-lhes para desarmar os camponeses e impedir-lhes a passagem, justamente para evitar um massacre. Entretanto, a autorização dos comandos superiores localizados em La Paz nunca chegou.

Em conseqüência, os autonomistas tentaram outra estratégia: convencer os camponeses a regressar às suas casas mediante o diálogo. Porém, alguns dos massistas, que estavam organizados conforme uma estratégia militar (portavam faixas em seus braços que denotavam hierarquia e proveniência), não quiseram ouvir os conselhos e recorreram às bombas lacrimogêneas e às armas. Além disso, seqüestraram alguns autonomistas para usá-los como escudo humano. Quando se deram conta de que estavam sendo selvagemente agredidos, os habitantes de El Porvenir saíram para defender sua integridade e a de seus familiares com suas armas de caça, produzindo-se assim os primeiros enfrentamentos.

O governo de Evo Morales culpou os autonomistas pela violência e ordenou - desta vez, sim - a intervenção dos militares, porém não para desalojar os invasores massistas, mas para reprimir ferozmente os moradores locais, ditar um estado de sítio e depor e encarcerar o governador Leopoldo Fernández, que foi substituído a dedo por um funcionário militar. Dias mais tarde se produziu outra terrível agressão no aeroporto de Cobija, onde os militares dispararam suas armas de guerra contra a população civil, assassinando o pastor evangélico Luis Antonio Rivero, de 54 anos, que se encontrava ali para mediar e tentar impedir um novo massacre. Rivero estava desarmado e a única ferramenta que portava na mão era a Bíblia.

Ao pastor não se lhe prestou auxílio médico que permaneceu oito horas abandonado perto da pista de aterrissagem, onde foi ultimado com tiros de misericórdia. Para desviar a prova técnica da necropsia, seus homicidas cobriram os buracos das balas com cola. Depois da tomada de Cobija se iniciou uma perseguição contra os dirigentes autonômicos e os simpatizantes de Fernández, obrigando a quase 300 pessoas a exilar-se nos povoados vizinhos do Brasil. Os fatos relatados são apenas a ponta do iceberg de um significativo número de homicídios, lesões corporais, torturas, seqüestros, invasões ilegais de residências e capturas ilegais.

Semanas antes, o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, tinha visitado o estado de Pando e vociferou em uma reunião do MAS que afundariam o governador Fernández e que - textualmente - o poriam em uma cova para que os vermes o comessem. O jornalista que filmou a divulgou as declarações de Quintana agora está na cadeia.

Com o massacre de Pando se havia produzido o que o vice-presidente García Linera chamaria de "ponto de bifurcação" ou o final do "empate catastrófico". Uma visão da Bolívia - a socialista - havia se imposto à outra, mediante um ato de força, tal como ele o havia proposto em seu discurso de 17 de dezembro de 2007.

Conclusões

Existem, além disso, vários agravantes que justificam acusar o governo boliviano por delitos de lesa-humanidade ante as cortes internacionais, entre eles os seguintes: primeiro, a agressão foi planejada; segundo, a incursão foi noturna; terceiro, os agressores eram forasteiros; quarto, usou-se táticas militares; quinto, o objetivo era assassinar, lesionar, seqüestrar, torturar e encarcerar um setor da população por sua forma de pensar (autonomistas); sexto, violou-se o direito ao julgamento justo e o devido processo; sétimo, negou-se o direito à informação (habeas data); e oitavo, em alguns casos, os corpos de segurança do Estado usaram armas de guerra para agredir cidadãos civis desarmados, em outros, houve omissão cúmplice por parte dos funcionários militares e policiais.

Em que pese tudo o que foi dito acima, o informe realizado pela comissão da UNASUL que investigou os fatos de Pando, a cargo do subsecretário argentino para os Direitos Humanos, Rodolfo Mattarollo, responsabilizou as vítimas (os autonomistas) pela violência. O Informe Mattarollo assegura, sem apresentar prova alguma, que existiam "grupos armados pelo Governo do estado [de Pando]" aos quais culpou pelos mortos e feridos. Entretanto, a maioria dos falecidos e lesionados - assim como todos os presos, torturados, seqüestrados e exilados - são autonomistas, como se depreende da lista das vítimas da violência em Pando.

Evo Morales aproveitou o aval que a UNASUL lhe deu, para acusar os líderes autonômicos de pretender levar o país à violência e dividir a Bolívia em pedaços, como parte de um plano internacional para derrocá-lo, tudo o que lhe serviu de justificativa para perseguir política e penalmente seus inimigos.

Quando se compara o caso Pando com o massacre de Puente Llaguno, perpetrado na Venezuela em abril de 2002, existe um paralelismo quase idêntico: uma matança planejada e executada pelo governo, para depois inculpar a oposição pelos fatos, e assim justificar uma incursão contra os adversários políticos.

É de vital importância para os povos da América estudar detidamente o caso Pando, posto que não se trata de um acontecimento isolado, senão de um modus operandi - uma receita exportável - que qualquer governo poderia pôr em prática em momentos de debilidade para criminalizar seus inimigos, acabar com a democracia e manter-se no poder com o uso da força.




O engenheiro Alejandro Peña Esclusa é escritor e dirigente político venezuelano. Preside a associação civil Fuerza Solidaria.

Fonte: http://www.lanueva.com/edicion_impresa/nota/14/06/2009/96e016.html

Tradução: Graça Salgueiro


RETIRADO:http://www.midiasemmascara.org/index.php?option=com_content&view=article&id=7558:-o-massacre-de-pando-e-a-esquerda-boliviana&catid=101:america-latina&Itemid=87

Comandante do Exército viaja ao sul muçulmano após massacre

NARATHIWAT, Tailândia (AFP) — O comandante do Exército da Tailândia, general Anupong, viajou nesta terça-feira para o sul muçulmano, um dia depois do massacre em uma mesquita que deixou 12 mortos e 11 feridos.

Na noite de segunda-feira, homens armados invadiram uma mesquita do distrito de Cho-ai-rong, província de Narathiwat, na fronteira com a Malásia, e abriram fogo de modo indiscriminado contra os fiéis.

Este foi um dos incidentes mais graves desde o ressurgimento do separatismo no extremo sul do reino tailandês, há cinco anos.

Alguns moradores acusaram oficiais das forças de segurança tailandesas pelo massacre, alegando que os rebeldes separatistas muçulmanos, ativos na região, nunca atacariam uma mesquita.

http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5hZS7x228JsEPxFa73T93OWYltynw

Dalai Lama acusa China de ter condenado à morte o Tibete

O Dalai Lama acusou, este sábado, a «política dura» de Pequim de ser a responsável pela condenação à morte do Tibete, durante uma visita diplomaticamente delicada de dois dias a França.

«O governo chinês exerce uma política dura, mas os chineses continuam a ignorar a situação» no Tibete, afirmou o prémio Nobel da Paz, denunciando uma «severa censura» de Pequim e um reforço da presença do exército chinês após os protestos anti-chineses de Março de 2008.

«O meu sentimento e a minha preocupação é que a uma velha nação como o Tibete, com o seu património e a sua cultura, está a impor-se uma sentença de morte», acrescentou o líder espiritual em declarações à imprensa, reiterando o apelo para a realização de um inquérito internacional.

O Dalai Lama manteve, este sábado, encontros com parlamentares franceses pró-Tibete e com elementos das comunidades chinesa e tibetana em França.

O chefe espiritual dos tibetanos, no exílio, irá receber domingo o título de "cidadão de honra" de Paris, apesar da oposição de Pequim.

Com esta visita de dois dias, o Dalai Lama, que a China acusa de separatismo, conclui uma viagem europeia que o levou à Dinamarca, Islândia e Holanda.

http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=1256116

Groenlândia celebra seu acesso à autonomia ampliada da Dinamarca

NUUK (AFP) — A Groenlândia celebrou neste domingo um novo capítulo de sua história com o acesso a uma autonomia ampliada em relação à Dinamarca, que reconheceu seu direito de autoderminação e de exploração de seus recursos naturais.

Esta é a última etapa para a independência desta ilha estratégica do Ártico sob a hegemonia dinamarquesa há mais de 300 anos.

Na capital Nuuk, milhares de habitantes se reuniram no porto colonial, onde desembarcaram em 1721 os primeiros colonos dinamarqueses.

Eles festejam o momento histórico com a família real dinamarquesa, o governador e o parlamento e, ante os convidados estrangeiros, todos cantaram o hino inuit e oviram o discurso do chefe do governo local, Kuupik Kleist.

Segundo Kleist, este estatuto de autonomia ampliada é o reconhecimento de que uma pequena sociedade (57.000 habitantes para um território de 2,2 milhões de km2, ndlr) hoje é colocada em pé de igualdade com as demais nações.

Durante uma coletiva de imprensa conjunta com Kleist, o primeiro-ministro dinamarquês, Lars Loekke Rasmussen, aplaudiu este novo capítulo da história groenlandesa.

"O futuro da Groenlândia está nas mãos dos groenlandeses", afirmou.

O aspecto mais importante deste novo estatuto, aprovado por 75,5% dos eleitores em referendo realizado em novembro passado e negociado durante durante anos com a metrópole dinamarquesa, dá direito aos groenlandeses sobre a gestão de seus próprios recursos naturais (petróleo, gás, ouro, diamantes, urânio, zinco e chumbo).

Segundo as estimativas americanas, a ilha tem importantes reservas de hidrocarbonetos, em particular no Polo Norte. O aquecimento climático poderá facilitar a prospecção e a exploração desses recursos.

A Groenlândia, com 10% das reservas planetárias de água doce, é o território mais ameaçado pelo aquecimento do Ártico e seu principal recurso, a pesca, está particularmente afetado.

France Press

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Chávez elogia Obama por críticas a Fox News

CARACAS (Reuters) – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aplaudiu seu par norte-americano, Barack Obama, por ter criticado a linha editorial da emissora Fox News contrária ao governo democrata dos EUA, e comparou o caso à “ofensiva” de alguns veículos de comunicação venezuelanos contra a chamada revolução socialista.

Obama disse esta semana que o canal Fox, de propriedade do magnata da mídia Rupert Murdoch e de tendência conservadora, se dedica totalmente a atacar seu governo, sem exibir nenhuma reportagem positiva sobre sua gestão.

“Obama deixou de coisas e falou. Vamos dar um aplauso a Obama”, disse o presidente venezuelano em um gesto inédito, enquanto dissertava sobre o socialismo em um programa transmitido pela televisão estatal na noite de quinta-feira.

Apesar de ser crítico do “imperialismo norte-americano”, Chávez se mostrou otimista sobre a atitude do novo morador da Casa Branca, após anos de duros insultos contra o ex-presidente George W. Bush que culminaram com a retirada dos respectivos embaixadores em 2008.

“Obama está começando a sentir na pele a própria aspiração de mudança. E ele não está falando de revolução, nem está falando de socialismo, mas quer alguma mudança”, afirmou, pouco depois de pedir vivas a seu amigo e aliado cubano Fidel Castro.

Chávez, que há semanas ameaça fechar o canal de TV opositor Globovisión, comparou a atitude da Fox News a dos meios de comunicação privados da Venezuela, e voltou a pedir uma ação das autoridades.

A oposição acusa Chávez de querer fechar a Globovisión para calar as críticas a seu “projeto totalitário”, após não ter renovado em 2007 a concessão à RCTV, que era o canal crítico ao governo de maior audiência no país, que agora só é transmitido na TV paga.

“Não há liberdade de expressão na Fox news. Não há liberdade de expressão aqui nessas emissoras privadas. Eles falam de uma liberdade de expressão, mas é a deles: liberdade para atropelar, para fazer o que eles quiserem, e assim não se pode viver em sociedade”, concluiu Chávez.

(Reportagem de Enrique Andrés Pretel)

BBC de Londres

NOTA

Hugo Chavez esta redondamente certo.Vejam os senhores onde os Estados Unidos está se encaminhando,com esse governo globalista e socialista de Barack Obama.E ainda reclamavam do Bush…que contra-censo,quem será que matou mais?Conservadores-liberais ou socialistas-comunistas.A resposta é clara,apesar de escondida da grande mídia.O comunismo é claro (Mao,Fidel,Stálin,Hitler,os norte-coreanos…e todos os outros).

Bomba em carro mata 1 policial na Espanha;autoridades culpam ETA

Por Arantza Goyoaga

BILBAO, Espanha (Reuters) – Uma bomba colocada em um carro explodiu nesta sexta-feira na cidade espanhola de Bilbao, na região do País Basco, e matou um policial, em um ataque que as autoridades suspeitam que seja a primeira ação fatal do grupe rebelde ETA desde dezembro.

A bomba explodiu às 9h05 do horário local (4h05 de Brasília) em um estacionamento no bairro de Santa Isabel, disse a polícia do País Basco, norte da Espanha.

“Houve um ataque, uma grande explosão, que queimou uma pessoa dentro do carro e atingiu outros veículos próximos”, disse a jornalistas o ministro do Interior do governo regional do País Basco, Rodolfo Ares.

Não houve uma reivindicação imediata de responsabilidade pelo ataque, mas esses tipos de explosão são normalmente realizados pela guerrilha separatista ETA, que já matou mais de 800 pessoas em décadas de luta pela independência do País Basco.

Perguntado se o ETA era o responsável, um porta-voz da polícia afirmou: “Certamente parece que sim.”

Ares identificou a vítima como sendo o policial Eduardo Puelles. A mulher do policial, que não se feriu, foi atendida nos serviços de emergência por problemas emocionais, disse a rádio.

Uma nuvem escura de fumaça e chamas cobriram o carro logo após o ataque, mostraram imagens de televisão. Pouco depois, policiais eram vistos examinando os destroços do veículo.

O último ataque do ETA com morte foi o assassinato de um empresário basco em dezembro. O grupo tem sido enfraquecido nos últimos meses por uma série de prisões de seus principais líderes.

(Reportagem adicional de Vincent West, Blanca Rodriguez, Raquel Castillo e Emma Pinedo)

HUGO CHÁVEZ REITERA APOIO A AHMADINEJAD

CARACAS, 18 JUN (ANSA) – O mandatário da Venezuela, Hugo Chávez, ratificou ontem sua solidariedade ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e qualificou a onda de protestos desta semana contra suposta fraude eleitoral como um “ataque do capitalismo mundial”.
Chávez disse que conversou com Ahmadinejad e expressou seu apoio. Segundo o chefe de Estado venezuelano, o presidente iraniano teria dito para ele não se preocupar, pois ele sairia bem desta situação de crise.
O presidente venezuelano fez o comentário durante seu novo programa noturno de rádio e televisão “Alô presidente teórico”.
Nesta terça-feira, o governo venezuelano emitiu um comunicado no qual criticou o que considera como uma “feroz e infundada campanha de descrédito” contra o Irã e exigiu o fim dos “atos de ingerência nos assuntos internos” do país.
Estados Unidos e outros Estados europeus questionaram os resultados eleitorais que deram a vitória e a reeleição a Ahmadinejad e que foram denunciados como fraudulentos pelo candidato derrotado Mir Hussein Mussavi. (ANSA)

NOTA

85% de todos do PT e do PSDB são amiguinhos íntimos do senhor Chávez.Portanto se você não é lá um grande estudioso dos meandros da política,e acha que PT e PSDB tem direções políticas diferentes,e sobretudos que o PSDB é de direita e que o PT converteu-se ao liberalismo econômico…ah meu amigo,não sejais enganado.Seja conservador,pró-vida,pró-liberdade e pró-você.

Estatuto do marxismo racial

Outro artigo fantástico, o 74, determina a quantidade de negros nos meios de comunicação. Pelo menos 20% dos atores e figurantes de qualquer produção televisiva devem ser negros. A coisa é idiota a esse ponto. Se forem encenar a história da Branca de Neve, será obrigatória a presença de um anão preto.

Estava marcada para 13 de maio, na Câmara dos Deputados, a votação de outro projeto de engenharia social da esquerda militante, o Estatuto da Igualdade Racial. Escrevo este artigo sem saber se houve a votação ou o resultado dela. Se o projeto passar, a sanção de Lula é praticamente certa. E então uma estupidez monumental terá sido cometida em nome da maldita correção política que já imbecilizou uma geração inteira e promete deixar um legado nefasto.

Quem lê o texto do estatuto é logo avisado pelo senador petista Paulo Paim, autor do projeto: “Sabíamos que ao defender essa bandeira, muitos seriam contrários. Afinal, o preconceito está arraigado em nossa sociedade. Os argumentos dos conservadores de hoje são os mesmo dos escravocratas da época da Abolição”. Mais: o texto afirma que “hoje (…) a batalha entre os que defendem os princípios abolicionistas e os escravocratas perdura”. É a velha tática de chantagear emocionalmente para desencorajar qualquer resistência. Antes de dar um pio, o herege já está condenado. Qualquer oposição que se faça é movida pelo orgulho ferido dos brancos safados que não querem perder privilégios centenários, os escravocratas do século XXI. Que tal?O Estatuto da Igualdade Racial seria chamado mais apropriadamente de Estatuto do Marxismo Racial. O que é classe na teoria do barbudo vira cor de pele na teoria da antropologia picareta de Paim e companhia. É disso que se trata, e seus autores não estão muito preocupados em disfarçar. O material é riquíssimo, mas, por falta de espaço, destaco aqui dois absurdos apenas.

O artigo 62 diz que os governos “ficam autorizados a promover ações que assegurem a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para os afro-brasileiros, e a realizar contratação preferencial de afro-brasileiros no setor público e a estimular a adoção de medidas similares pelas empresas privadas”. A tradução é simples: acabou esse negócio de contratação por mérito. O mérito agora é a cor do sujeito. Acabou também essa lenda de que são os empresários que mandam nas empresas. Os empresários são empregados do Estado e devem cumprir as ordens do politburo.

Outro artigo fantástico, o 74, determina a quantidade de negros nos meios de comunicação. Pelo menos 20% dos atores e figurantes de qualquer produção televisiva devem ser negros. A coisa é idiota a esse ponto. Se forem encenar a história da Branca de Neve, será obrigatória a presença de um anão preto. O pessoal das artes que se vire para adaptar.

A esquerda brasileira está lutando para tornar dogma a noção de raça, já enterrada pela ciência, e dividir juridicamente a sociedade em cidadãos brancos e cidadãos pretos, os primeiros transformados pelo Estado em eternos suspeitos de crime racial e os segundos em coitados profissionais, para a satisfação de Paulo Paim e companhia, ongueiros e burocratas socialistas que ganham a vida regulando o mundo a partir de suas repartições. Parece que está chegando a hora de instaurar o apartheid com consciência social.

Bruno Pontes é jornalista - http://brunopontes.blogspot.com

quinta-feira, 11 de junho de 2009

José Serra propõe lei contra discriminação racial

O governador do Estado de São Paulo, José Serra, encaminhou na última quinta-feira, 4, à Assembleia Legislativa (Alesp), um Projeto de Lei contra a discriminação racial. A assinatura do documento aconteceu no Palácio dos Bandeirantes.

O objetivo é dar à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania instrumentos para receber denúncias e instaurar processo administrativo contra responsáveis por agressões físicas e morais relacionadas a ato discriminatório por motivo de raça ou cor. “Esta é mais uma iniciativa para combater esta doença chamada discriminação”, afirmou o governador.

O projeto prevê punição com multa (que pode chegar a R$ 140 mil) e até suspensão de licença (no caso dos estabelecimentos comerciais). “Será punido, nos termos desta lei, todo ato discriminatório por motivo de raça ou cor, praticado no Estado de São Paulo, por qualquer pessoa, jurídica ou física, inclusive a que exerça função pública”, define o artigo 1º da proposta.

Durante o evento no Palácio dos Bandeirantes, o secretário da Justiça, Luiz Antônio Marrey, apontou o empenho por parte do Governo quando o assunto é preconceito racial: “O Governo do Estado de São Paulo está na linha de frente desta luta.”

Nos termos do Projeto de Lei, são considerados atos discriminatórios, entre outros: qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória; proibir o ingresso ou a permanência em ambiente ou estabelecimento aberto ao público; criar embaraços à utilização das dependências comuns e áreas não-privativas de edifícios; recusar a utilização de serviços, meios de transporte ou de comunicação, consumo de bens, hospedagem em hotéis, motéis, pensões e estabelecimentos congêneres ou o acesso a espetáculos artísticos ou culturais; negar emprego, demitir, impedir ou dificultar a ascensão em empresa pública ou privada.

Na justificativa enviada à Alesp, Serra menciona a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial (da qual o Brasil é signatário) e salienta a necessidade de o Poder Público atuar com vigor nessa matéria. “O racismo atenta contra os princípios em torno dos quais a sociedade brasileira se organiza, especialmente a dignidade e a igualdade inerentes a todos os seres humanos. Justamente por isso, é necessário que o Poder Público atue para coibir e combater todas as manifestações de preconceito e discriminação baseadas em ódio ou superioridade racial”, salienta o Projeto de Lei.

Notícia original do portal do Governo

OPINIÃO

Discriminação racial,e tão somente pelo fato da cor ser diferente,e não por outros motivos é legitimo defender o seu fim,mas é preciso ficar claro,que as leis sobre discriminação que vem sendo implantadas no Brasil,tem teor altamente racista(sim)pois discrimina os brancos,e ainda cria uma coisa que nunca existiu aqui,que é o sinônimo de raça.Todo país que institucionalizou as “raças”,não sendo a humana,mas a raça A ou B,se deu mal,porque estas leis,promoveram mais racismo e ações extremadas,como focos de resistência neo-nazista,vide EUA,África do Sul e Índia(entre castas).Isto já está em curso no Brasil,e se mais leis discriminatórias forem colocadas em prática,será pior para todos.Coisa que não duvido,porquanto esses governos que pouco se incomodam com os valores tradicionais cristãos e da família,promovem somente seus currais eleitorais e as entidades que os auxiliam neste empreitada,como as supostas organizações defensoras de negros,que dos negros,só defendem a macumba,o resto,é só o bolso dos dirigentes que interessa,para estes supostos defensores,se o negro for conservador ele vira branco.Isso não acontece só em São Paulo,mas em todo o Brasil e nos Estados Unidos.

Umpf!Imagina se criassem uma universidade só para brancos,e defendessem só a cultura branca.Pau que bate em Chico bate em Francisco.Ou não somos todos iguais perante não só as leis específicamente nacionais e/ou internacionais,mas também nos direitos naturais?

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Opinião::>A direita que a esquerda quer

OLAVO DE CARVALHO,Para o Portal Mídia Sem Máscara.

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Mais que definir as regras do jogo, a esquerda cria até mesmo a identidade do adversário, colocando na “direita” quem assim lhe interesse catalogar no momento, passando por cima dos protestos subjetivos do catalogado e ignorando com frieza de femme fatale os afagos e juras de amor com que ele tenta cavar um lugarzinho no grêmio das pessoas decentes, isto é, esquerdistas.

Entre outros resultados interessantes que deixarei para comentar outro dia, o estudo dos cientistas políticos Timothy Power e César Zucco, publicado na Latin American Research Review sob o título “Estimating Ideology of Brazilian Legislative Parties, 1990-2005″ (v. http://www.iuperj.br/site/czucco/czucco_files/paperlarr.pdf), mostra que, enquanto os parlamentares tidos por seus adversários como “de direita” evitam colocar-se sob esse rótulo, os de esquerda, centro-esquerda e centro se autodefinem até como mais esquerdistas do que a posição nominal dos seus partidos deixaria suspeitar.

Esse fato não era desconhecido antes da pesquisa, mas adquire com ela uma certa visibilidade cientifica que tornará mais difícil, doravante, menosprezar-lhe a importância.

As conclusões óbvias que ele impõe, e que os autores do estudo evitam declarar, já que elas transcendem os limites imediatos do que se propuseram investigar, são as seguintes:

1. A esquerda tem o domínio quase absoluto dos mecanismos culturais de estímulo e inibição vigentes nas altas esferas, demarcando a seu belprazer a fronteira entre a decência e a indecência, o orgulho e a vergonha, o mérito e a culpa. Os direitistas apressam-se em submeter-se a essa autoridade moral monopolística, não com passividade e indiferença, mas com uma verdadeira ânsia de ser aprovados por seus adversários.

2. Abdicando de todo critério moral próprio, a direita exclui-se, automaticamente, de qualquer possibilidade de combate na esfera cultural e psicológica, deixando o País à mercê da hegemonia gramsciana e limitando-se à disputa de cargos (o que implica ainda mais subserviência à facção dominante), ou então à discussão de miudezas econômico-administrativas sem nenhum alcance estratégico. O presidente da República disse uma verdade flagrante ao afirmar que os partidos de oposição não têm perspectiva de poder. Eu diria até que ele foi caridoso nesse julgamento: aos partidos de direita não falta só a perspectiva de poder, falta até mesmo a compreensão elementar do que seja o poder, que eles confundem com “cargos”. Imaginar que, com cargos ou sem cargos, seja possível conquistar o poder abdicando da hegemonia, é coisa de uma ignorância tão patética que, mesmo entre os esquerdistas mais empedernidos, deve arrancar lágrimas de comiseração ante adversário tão despreparado e inerme.

3. Mais que definir as regras do jogo, a esquerda cria até mesmo a identidade do adversário, colocando na “direita” quem assim lhe interesse catalogar no momento, passando por cima dos protestos subjetivos do catalogado e ignorando com frieza de femme fatale os afagos e juras de amor com que ele tenta cavar um lugarzinho no grêmio das pessoas decentes, isto é, esquerdistas.

4. O rigor do critério de seleção para o ingresso no círculo dos bons é tão implacável, tão inflexível, que a honra suprema do esquerdismo é negada até a velhos, tarimbados e fiéis militantes de esquerda, tão logo eles cometam a imprudência de entrar num partido que a esquerda, conforme seus interesses do momento, tenha rotulado como de direita.

Pela milésima ou enésima vez, a realidade dos fatos confirma a obviedade proibida: não há política de direita sem uma moral de direita, sem uma filosofia de direita, sem uma cultura de direita, isto é, sem tudo aquilo de que a nossa direita foge esbaforida, como se foge da peste.

Conservadorismo Olavo de Carvalho.

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