sexta-feira, 19 de junho de 2009

Estatuto do marxismo racial

Outro artigo fantástico, o 74, determina a quantidade de negros nos meios de comunicação. Pelo menos 20% dos atores e figurantes de qualquer produção televisiva devem ser negros. A coisa é idiota a esse ponto. Se forem encenar a história da Branca de Neve, será obrigatória a presença de um anão preto.

Estava marcada para 13 de maio, na Câmara dos Deputados, a votação de outro projeto de engenharia social da esquerda militante, o Estatuto da Igualdade Racial. Escrevo este artigo sem saber se houve a votação ou o resultado dela. Se o projeto passar, a sanção de Lula é praticamente certa. E então uma estupidez monumental terá sido cometida em nome da maldita correção política que já imbecilizou uma geração inteira e promete deixar um legado nefasto.

Quem lê o texto do estatuto é logo avisado pelo senador petista Paulo Paim, autor do projeto: “Sabíamos que ao defender essa bandeira, muitos seriam contrários. Afinal, o preconceito está arraigado em nossa sociedade. Os argumentos dos conservadores de hoje são os mesmo dos escravocratas da época da Abolição”. Mais: o texto afirma que “hoje (…) a batalha entre os que defendem os princípios abolicionistas e os escravocratas perdura”. É a velha tática de chantagear emocionalmente para desencorajar qualquer resistência. Antes de dar um pio, o herege já está condenado. Qualquer oposição que se faça é movida pelo orgulho ferido dos brancos safados que não querem perder privilégios centenários, os escravocratas do século XXI. Que tal?O Estatuto da Igualdade Racial seria chamado mais apropriadamente de Estatuto do Marxismo Racial. O que é classe na teoria do barbudo vira cor de pele na teoria da antropologia picareta de Paim e companhia. É disso que se trata, e seus autores não estão muito preocupados em disfarçar. O material é riquíssimo, mas, por falta de espaço, destaco aqui dois absurdos apenas.

O artigo 62 diz que os governos “ficam autorizados a promover ações que assegurem a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para os afro-brasileiros, e a realizar contratação preferencial de afro-brasileiros no setor público e a estimular a adoção de medidas similares pelas empresas privadas”. A tradução é simples: acabou esse negócio de contratação por mérito. O mérito agora é a cor do sujeito. Acabou também essa lenda de que são os empresários que mandam nas empresas. Os empresários são empregados do Estado e devem cumprir as ordens do politburo.

Outro artigo fantástico, o 74, determina a quantidade de negros nos meios de comunicação. Pelo menos 20% dos atores e figurantes de qualquer produção televisiva devem ser negros. A coisa é idiota a esse ponto. Se forem encenar a história da Branca de Neve, será obrigatória a presença de um anão preto. O pessoal das artes que se vire para adaptar.

A esquerda brasileira está lutando para tornar dogma a noção de raça, já enterrada pela ciência, e dividir juridicamente a sociedade em cidadãos brancos e cidadãos pretos, os primeiros transformados pelo Estado em eternos suspeitos de crime racial e os segundos em coitados profissionais, para a satisfação de Paulo Paim e companhia, ongueiros e burocratas socialistas que ganham a vida regulando o mundo a partir de suas repartições. Parece que está chegando a hora de instaurar o apartheid com consciência social.

Bruno Pontes é jornalista - http://brunopontes.blogspot.com

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