quinta-feira, 30 de abril de 2009

Jardim contra investigação à actividade separatista

Alberto João Jardim discorda da investigação que está a ser conduzida pela Policia Judiciária sobre a colocação de bandeiras da denominada Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira (FLAMA) na madrugada de 25 de Abril em várias zonas da Madeira. Com esta acção, “para já de forma pacífica”, este movimento separatista anuncia que “reiniciará a sua luta”.

“Acho um atentado às liberdades, direitos e garantias andar a perseguir seja quem for por ideias políticas”, declarou o presidente do governo regional da Madeira. “Nós estamos num país livre e as pessoas são livres de se manifestarem”, acrescentou.

Declarando ter “achado piada” na acção atribuída à FLAMA, assim como no simulacro da sua “rendição” encenada pelo PND na mesma manhã, junto da Quinta Vígia, residência oficial do chefe do executivo regional, Jardim acha que “só o dono dos imóveis [onde foram colocadas as bandeiras da Flama] é que tem o direito de pedir a investigação”. No caso do Palácio de São Lourenço, sede do comando militar e residência oficial do representante da República, o governante insular considera que o monumento nacional é propriedade da Região Autónoma que “não autorizou ninguém a colocar uma bandeira ali”, não adiantando se, na qualidade que invoca, solicitou a intervenção policial.

É a segunda vez que a bandeira da Flama é hasteada no Palácio de São Lourenço, cuja posse tem sido reivindicada pelo governo regional e pelo PSD que várias vezes exigiu a sua “desocupação” pelo representante da República. Na madrugada de 20 de Julho de 1975, em vésperas de um grande manifestação do PPD que abriu uma cruzada contra o “colonialismo de Lisboa”, o Funchal também amanheceu ornamentado com bandeiras do movimento a que foi atribuída a autoria de mais de 70 atentados bombistas justificados com o objectivo de “travar o gonçalvismo e esquerda do rectângulo” continental. Os bombistas, disse-o Jardim no parlamento madeirense, “não são dignos de castigo, mas de recompensa”, uma vez que são “defensores da pátria e da democracia”.

Em Fevereiro do ano passado, quando o Presidente da República visitou oficialmente a Madeira, os sociais-democratas exigiram que a bandeira da região, concebida por Jardim inspirado no pavilhão separatista, fosse hasteada na representação da República e, no parlamento regional, apresentaram nova iniciativa para desencadear um processo judicial junto do Ministério Público pelo facto dos órgãos da República na Região, sob a acusação de “desobediência qualificada”, não hastearem a bandeira regional nos seus edifícios.

Desta vez, o autor da carta enviada a um fotógrafo (convidado a filmar o hastear da bandeira no palácio, na madrugada de domingo) declara que não quer “pertencer a um país governado por um corrupto que deveria estar preso”. Com este mesmo adjectivo dirigentes do PSD madeirense classificaram o primeiro-ministro José Sócrates que Jardim, acusado pelo PS local de ter responsabilidade na FLAMA, classificou como o "maior inimigo da Madeira desde o 25 de Abril".

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1377043

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