quarta-feira, 25 de março de 2009

'Pacto antirreeleição' em debate

Pelo acordo, presidente e governadores eleitos em 2010 não poderiam buscar novo mandato

Diante da ameaça de “racha” no PSDB entre os governadores José Serra e Aécio Neves, que disputam candidatura à Presidência, os tucanos, o DEM e o PPS negociam um “pacto antirreeleição”. Pelo acordo, que deve ser incluído nos estatutos dos partidos, se o candidato do PSDB ao Planalto for eleito no ano que vem, ele não poderia tentar novo mandato em 2014 - o que deixaria o derrotado na disputa interna tucana com caminho livre para nova candidatura mais adiante.

A ideia é que a medida também valha para os governadores, o que influenciaria diretamente em novo embate entre o secretário estadual de Desenvolvimento Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM).

Apontado em pesquisa do Datafolha no final de semana como favorito na corrida ao Palácio dos Bandeirantes, Alckmin não poderia, caso o pacto seja aprovado, tentar eventual segundo mandato, que iria de 2014 a 2018. Coincidência, aliados de Kassab alegam que sua articulação política de longo prazo visa o governo paulista em 2014, dois anos após deixar a Prefeitura. Além de principal aliado de Serra na capital, Kassab também é um dos caciques do DEM.

Ele e Alckmin “bateram de frente” na disputa à Prefeitura em 2008. Com apoio de Serra, Kassab tentou atrair o PSDB para compor sua chapa, indicando o vice. O tucano conseguiu manter sua candidatura, mas foi batido pelo rival.

Alckmistas criticam

O pacto costurado entre as legendas já irrita alckmistas, que apontam como “curiosidade” o fato de o DEM ter se encarregado de produzir parecer alegando que partidos têm autonomia para estabelecer esse tipo de regra. “Eles parecem bastante interessados. Mas uma discussão desse tipo soa como certa arrogância, já que estamos muito longe de 2014”, afirmou apoiador do tucano.

No plano nacional, a preocupação é dar a Aécio saída confortável, em caso de derrota nas prévias, e a chance de disputar o Planalto em 2014. Tudo para evitar que votos de Minas, segundo maior colégio eleitoral do País, migrem para Dilma Rousseff (PT).

EFEITO PAULISTA

Geraldo Alckmin deve disputar o governo em 2010. Se vencer, o pacto o impediria de tentar reeleição.

Isso abriria caminho a Gilberto Kassab, que pode ser prefeito até 2012; ele aspira o governo em 2014.

POLÍTICA do Jornal da Tarde 25 de março de 2009.

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