terça-feira, 17 de março de 2009

Barros Munhoz é eleito presidente da Assembleia de SP ---->

Em uma sessão sem surpresas, os deputados elegeram ontem Barros Munhoz (PSDB) presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo até 2011. Eleito por quase unanimidade --apenas os dois deputados do PSOL não votaram em Munhoz--, o novo presidente teve o inusitado apoio da bancada do PT, em um acordo feito nas últimas semanas.
Líder do governo até ontem, Munhoz tinha o apoio do governador tucano José Serra, que tem ampla maioria na Casa e manteve sua influência com a nova Mesa Diretora. O deputado Vaz de Lima (PSDB), presidente até ontem, se tornou líder do governo.
O PT, que tem 20 deputados dos 94, aceitou apoiar o candidato do governo em troca de um compromisso, assinado por Munhoz, de modificar o regimento para permitir uma série de reivindicações da oposição. Entre os pontos mais delicados estão a realização de audiências públicas antes da aprovação do Orçamento e a votação de projetos dos deputados mesmo sem acordo das lideranças. Rui Falcão, que assumirá a liderança da bancada do PT amanhã, enfatizou, no momento em que proferiu seu voto, o compromisso assinado por Munhoz de realizar audiências públicas em todo o Estado para "democratizar" as decisões da Casa.
Mesmo assim, um dos maiores problemas da oposição --a impossibilidade de aprovar CPIs contra o governo-- não sofrerá alterações com a nova presidência.
O PT ficou ainda com a primeira-secretaria, cargo que já ocupava, e que passa a ser exercida pelo deputado Carlinhos Almeida (PT). O cargo é considerado o segundo mais importante da Mesa Diretora.
Costuras políticas
O acordo com o PT interessava ao PSDB para evitar um revés na eleição, como ocorrido no governo anterior, em que parte da base do governo se aliou ao PT para derrotar o candidato governista.
Para ser eleito, Munhoz teve de vencer resistências dentro de seu próprio partido. O presidente, que já foi muito ligado ao ex-governador Orestes Quércia (PMDB) --presente na votação-- e com quem mantém proximidade, tinha opositores dentro do tucanato. Hoje ele tem a confiança de Serra. Esse foi o motivo que levou deputados da base a se oporem ao nome, por receio de que Serra aumentasse seu poder, engessando ainda mais o Legislativo.
O candidato natural à presidência dentro do PSDB era Celino Cardoso, mais ligado ao ex-governador e atual secretário tucano Geraldo Alckmin. Cardoso acabou abrindo mão da candidatura em nome de Barros Munhoz.
No discurso de posse, Munhoz citou o "gesto digno do PT", de acatar o princípio da proporcionalidade --que dá o direito à maior bancada de indicar o presidente--, em prol da governabilidade. Ele prometeu se empenhar para "resgatar a dignidade do Parlamento e da atividade política".
O PSOL lançou a candidatura independente do deputado Carlos Giannazi, que denunciou o acordo feito entre a base do governo e o PT.
Além de Quércia, estavam presentes na sessão o secretário Aloysio Nunes Ferreira (Casa Civil) e a vice-prefeita Alda Marco Antônio (PMDB). Além do PT e do PSOL, que somam 22 votos, a oposição conta ainda com o apoio do deputado Olímpio Gomes (PV).
A primeira vice-presidência ficou com o PTB e a segunda com o PPS. O Democratas ficou com a segunda-secretaria e o PV, com a terceira.
UOL

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