sábado, 16 de maio de 2009

Bilhete único também poderá ser usado como cartão de crédito

EVANDRO SPINELLI
da Folha de S.Paulo

O bilhete único, usado hoje para acesso aos ônibus, trens e metrô de São Paulo, pode passar também a ser usado como vale-refeição e até cartão de débito e crédito a partir do final de 2010 ou em 2011.

A mudança será feita a partir da terceirização de todo o sistema de arrecadação de tarifas do transporte coletivo na cidade. A concorrência pública será aberta em julho.

A empresa que vencer a concorrência assumirá as bilheterias do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e toda a venda de créditos do bilhete único. Os bilheteiros serão transferidos para outras atividades.

De acordo com as regras da licitação, que entraram ontem em consulta pública, os atuais cartões do bilhete único terão de ser substituídos em um prazo de até quatro anos por “cartões inteligentes”, com uma tecnologia que permita a incorporação de novos serviços.

A tecnologia a ser usada no sistema não foi escolhida. A definição caberá à empresa que vencer a licitação.
Paulo Menezes, gerente de Planejamento Financeiro do Metrô, afirmou que os atuais benefícios oferecidos aos usuários –descontos nos fins de semana, integração metrô-ônibus, bilhete fidelidade e tarifa de estudante, por exemplo–, serão mantidos no novo cartão.

Unificação

Há possibilidade até que esses serviços possam ser incorporados todos no mesmo cartão. Atualmente, para cada tipo de benefício é necessário um cartão diferente.

Um dos usos já definidos para o novo cartão será a integração entre trem/metrô e estacionamentos conveniados próximos às estações.

A intenção é estimular que os usuários cheguem de carro até a estação mais próxima de sua casa, deixem o veículo no estacionamento e, com o mesmo cartão, sigam de trem ou metrô até o trabalho.

Até mesmo o tradicional bilhete magnético do metrô deve ser aposentado. A licitação vai exigir que continue sendo oferecida a possibilidade de compra de um bilhete unitário, mas a tecnologia deve ser alterada, já que o custo dos atuais bilhetes magnéticos é alto.

O sistema que será adotado em São Paulo já existe em outros lugares do mundo, especialmente nos Estados Unidos.

Para implantar o sistema, a empresa vencedora da licitação deve gastar cerca de R$ 300 milhões durante os 30 anos de contrato. Além de vender os cartões, a empresa que vai operar o sistema cuidará também da instalação e manutenção das catracas das estações de trem e metrô.

Contrato

A empresa também terá de pagar, assim que o contrato for assinado, R$ 200 milhões à prefeitura referentes ao custo que o município teve para desenvolver o atual sistema de controle de arrecadação.

Para operar o sistema, a empresa vencedora receberá entre R$ 180 milhões e R$ 200 milhões por ano como taxa de gerenciamento. O valor será dividido entre Prefeitura de São Paulo, Metrô e CPTM.

Ganhará a licitação a empresa que, entre aquelas que comprovarem capacidade técnica para fazer o serviço, cobrar a menor taxa de gerenciamento. Além disso, para cada serviço incorporado no bilhete único o prefeitura, Metrô e CPTM receberão comissão.

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