Protesto e passeata reuniram moradores do Jabaquara contrários ao aumento das pistas
Preocupados com a possível desapropriação de suas casas, moradores da região do Jabaquara, na zona sul, protestaram contra o projeto de ampliação da pista do Aeroporto de Congonhas, na manhã de ontem. Eles se reuniram às 9h30 na Avenida Washington Luís, em frente ao local onde aconteceu o acidente com o Airbus da TAM em julho de 2007. Depois de um discurso de meia hora dos organizadores do ato, os moradores partiram em passeata em direção ao saguão do aeroporto.
De acordo com a Polícia Militar, cerca de 120 pessoas participaram da manifestação. Já a Associação dos Moradores do Entorno do Aeroporto (Amea) calculou 400 participantes.
Quase todos estavam vestindo camisetas com a inscrição “Não à ampliação de Congonhas”, frase que repetiam gritando ao longo da passeata. Apitos deram mais força ao protesto. Simbolizando os malefícios da poluição gerada pelo aeroporto, os moradores também usaram máscaras. Quase todos os vizinhos reclamam da desinformação sobre o projeto.
Segundo a Prefeitura, a ampliação da pista permitiria criar áreas de escape para aviões que tenham problemas nos pousos e decolagens (leia mais ao lado). Já o presidente da Amea, Rene Pimentel, questiona a decisão. “O aeroporto foi construído em uma montanha. Não há área de escape lateral”, explicou Pimentel. “Por que o governo quer ampliar o comprimento da pista, se não há como ampliar a área lateral? Os acidentes continuarão a acontecer”.
Interesse das empresas
Para o deputado Carlos Giannazi (PSOL), o projeto atende aos interesses das empresas aéreas e das grandes empreiteiras.
A moradora Lúcia Engelberg, de 64 anos, acredita que, com pistas ampliadas, as empresas aéreas pretendam utilizar aeronaves de maior porte, como o Airbus A321, com capacidade para quase 300 pessoas. “Congonhas pode funcionar, mas respeitando a portaria 188, que vale desde 2005 e determina a operação de aviões para até 116 passageiros.”
As gêmeas Viviane e Vanessa Veloso, de 9 anos, carregavam uma placa que dizia: “Nossa casa. Nossa vida. Há mais de 40 anos”. Assim como as filhas, Nilza Veloso, de 42 anos, mora na região desde que nasceu. “O aeroporto é seguro, mas não foi feito para operar com aeronaves de grande porte”, diz.
O casal Tatiane Vieira, de 30 anos, e Felipe Mendes, de 29 anos, mora no bairro há um mês. “Não sabíamos dessa história. Estou grávida de cinco meses e quero estruturar a vida. Não sei o que fazer se perder a casa”, disse Tatiane.
AUMENTO
Cerca de 2 mil imóveis teriam que ser desapropriados para a extensão da pista principal, que hoje tem 1.949 metros e ganharia 500 metros em ambas as pontas
O Ministério da Defesa informou que ainda não há previsão de conclusão dos estudos do projeto
Reportagem de : BRUNA RIBEIRO, bruna.ribeiro@grupoestado.com.br
Jornal da Tarde
A Joanna D’ Arc de São Paulo
-
No século XVII, apareceu em cena Maria Antonia. Se era nome real, ou
pseudônimo, tornou-se um mistério. Se real o nome, Maria Antonia correu o
risco de seg...
Há 14 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe um comentário com o seu nome e contato.